sábado, 15 de novembro de 2008

diz-me que solidão a essa...

os olhos vendados.
as maos presas.. como animais enjaulados numa atmosfera viciada... é dificil respirar quando nao tens pulmões..
é dificil falar quando se é mudo, dificil escutar quando se é surdo mais dificil de se ver quando se é cego. eu nao sou nenhum deles mas partilho com vós a situação do presente... os carros nas estradas.. as luzes da cidade.. o movimento vertiginoso da cidade. a grande cidade.. a capital da fome e da pobreza....

ricos sao os pobres, que nada teem nada perdem. vivem sem medo, nao podem perder nada pois nada teem que lhe cause dores.. as maiores dores na vida quais sao... ja fizeram essa pergunta a cada um de vós. o que vos causa as maiores dores...

se eu me perguntasse o que me causa a maior dor. provavelmente responderia, estar viva. a vida custa mais que a morte, quando morres a dor desaparece. o teu corpo também mas tu podes viver para sempre reencarnar, ilustrar, apenas existir no pensamento ou nas memórias.. todos queremos viver para sempre.. mas sem a vida eterna isso seria demasiado extasiante demasiado cansativo... a vida foi feita para se viver , por quem nao sabemos, nem sabemos porque vivemos.. vivemos como se tivessemos um manual de instruções ou um a fazer.. cada um de nós tem um fazer... quando as tarefas se misturam se confundem entram as guerras pela televisão a dentro... queimem as televisões. queimem os perdões.. nao perdõem nao magõem.. nao chorem nem sorriem, viva no lumiar dos extremos. procurando encontrar em todas as coisas palpáveis, visiveis ou nao o outro lado das coisas. o que se pode ver para alem do que se está a ver...

do outro lado da porta a poeira acumula-se... a porta enferruja e cada dia custa mais a abrir. nao percam mais tempo. começem a limpar a vossa porta agora.


que amanha ja nao existam mais palavras nem sentimentos para que nos possamos magoar. nem sorrisos... nem olhares.a manha seremos todos cegos. e livres.

1 comentário:

joana disse...

A vida dói. Tanto. Que me lanço por vezes num grito cortante de lâminas nos pulsos. Tanto, que não vale a pena. Vejo ao fundo o caminho mais fácil. Que parece mais fácil. Porque não sei. O que me espera. Tu sabes?
Será que não dói mais a outra margem? Tenta escutar os ecos que vêm de lá.
Por agora, a minha alma está serena.
Amanhã, que direi?
E é esta a essência das coisas.